Natália Soligo Pizetta
Querido diário,
naquela manhã eu estava cansada e não queria me levantar da cama, mas meu pai
limparia o apartamento e queria muito a minha ajuda.
Após o café da manhã,
meu pai e minha avó brigaram comigo, pois os meus brinquedos estavam espalhados
no meio da sala de estar e eu tinha que juntá-los o mais rápido possível,
porque receberíamos visitas.
Eu estava raivosa,
não poderia ver o meu desenho preferido na televisão e ainda teria que aguentar
as visitas, que me davam horríveis presentes e eu ainda tinha que agradecer
sorrindo.
A solução para o
problema surgiu rápido e facilmente: eu iria fugir daquele apartamento antes
que as visita chegassem ou alguém me impedisse. Peguei uma toalha azul e a
amarrei num pedaço de madeira, com o intuito de formar uma trouxa. Dentro dessa
trouxa eu coloquei: um leite fermentado, uma escova de dentes, roupas e a minha
gata preferida de pelúcia. Coloquei a trouxa nas costas, peguei a chave do
apartamento e saí correndo pela porta.
Meu pai e minha avó não me viram, pois estavam
ocupados demais com os seus afazeres.
Tive que escalar uma
montanha enorme para me distanciar de meu apartamento. Quanto mais eu a escalava,
mais ela crescia.
Eu recuperei as
minhas forças tomando o leite fermentado e abraçando firmemente a minha gatinha
de pelúcia. Continuei a escalada por mais ou menos três horas, sem parar para
descansar.
No meio da enorme
montanha, quem aparece de repente é o meu pai, preocupado com o meu
desaparecimento. Ele me abraça e diz: - Você está apenas no quinto andar de
nosso prédio.
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