quarta-feira, 12 de junho de 2013

A Fuga



Natália Soligo Pizetta

Querido diário, naquela manhã eu estava cansada e não queria me levantar da cama, mas meu pai limparia o apartamento e queria muito a minha ajuda.
Após o café da manhã, meu pai e minha avó brigaram comigo, pois os meus brinquedos estavam espalhados no meio da sala de estar e eu tinha que juntá-los o mais rápido possível, porque receberíamos visitas.
Eu estava raivosa, não poderia ver o meu desenho preferido na televisão e ainda teria que aguentar as visitas, que me davam horríveis presentes e eu ainda tinha que agradecer sorrindo.
A solução para o problema surgiu rápido e facilmente: eu iria fugir daquele apartamento antes que as visita chegassem ou alguém me impedisse. Peguei uma toalha azul e a amarrei num pedaço de madeira, com o intuito de formar uma trouxa. Dentro dessa trouxa eu coloquei: um leite fermentado, uma escova de dentes, roupas e a minha gata preferida de pelúcia. Coloquei a trouxa nas costas, peguei a chave do apartamento e saí correndo pela porta.




 Meu pai e minha avó não me viram, pois estavam ocupados demais com os seus afazeres.
Tive que escalar uma montanha enorme para me distanciar de meu apartamento. Quanto mais eu a escalava, mais ela crescia.
Eu recuperei as minhas forças tomando o leite fermentado e abraçando firmemente a minha gatinha de pelúcia. Continuei a escalada por mais ou menos três horas, sem parar para descansar.
No meio da enorme montanha, quem aparece de repente é o meu pai, preocupado com o meu desaparecimento. Ele me abraça e diz: - Você está apenas no quinto andar de nosso prédio.
02 de Julho de 2007, 4h 12 min.

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