sexta-feira, 10 de maio de 2013

O Atalho


Natália Soligo Pizetta
Valéria estava dormindo profundamente na casa de seu pai. A casa era bem decorada, com quadros de pintores renomados nas paredes, os móveis em estilo colonial e os cômodos eram espaçosos e bonitos. A garota de apenas treze anos morava com seu pai, porque os seus pais estavam divorciados há mais de dois anos.
A menina despertou de repente com o barulho de seu pai conversando apressadamente ao telefone, seu pai falou:
- Sua avó está no hospital há pouco tempo. Ela passou mal e teve que ser atendida pelos vizinhos que a levaram para o hospital mais próximo. Teremos que ir vê-la.
Valéria disse: - Está nevando e as estradas estão interditadas pela neve, como chegaremos até lá?
O seu pai falou:- Nós teremos que pegar um atalho.
A garota obedeceu prontamente, se vestiu rapidamente com um, sobretudo, luvas e cachecol. Naquele instante, uma sensação de medo lhe tomou conta, mas ela não deu atenção a isso e entrou no carro.
Tudo correu bem nos primeiros trinta minutos, mas de repente, o carro deu um solavanco e parou de funcionar. O pai de Valéria saiu do carro, olhou para os pneus e falou:
- Passamos por algo grande. Os pneus estão furados. Talvez eu deva procurar ajuda mais adiante.
O pai da garota viu o medo nos olhos de Valéria e tranquilizou-a, dizendo;
- Vai ficar tudo bem! Não vou demorar.
O pai da menina caminhou até desaparecer da vista dela.
Durante vinte minutos, ela ficou aliviada, mas depois, a preocupação a tomava conta. Ela pensou que tal demora não era possível e olhou para a janela do carro. Nenhum carro passava lá fora. 

Ela avistou um borrão ao longe e se alegrou.


Deveria ser o seu pai, voltando com ajuda, mas à medida que ia se aproximando, Valéria notou que era uma pessoa totalmente desconhecida. Era um homem de botas azuis e segurava algo na sua mão esquerda.

Ela empalideceu ao ver que o objeto estranho que o homem trazia consigo era a cabeça decepada de seu pai. Ela gritou em pânico e trancou as portas, olhou mais uma vez para o rosto de seu pai e viu que os olhos tinham saído das órbitas e expressavam puro terror.

Ao prestar atenção na outra mão do homem, ela pode ver com nitidez o objeto que tilintava produzindo um som macabro: as chaves do carro de seu pai.




4 comentários:

  1. Parabéns pelo texto. Percebi que estão estudando textos de terror. Vou acessar todos os dias e ler os novos textos (se forem publicados). Esse blog vai ficar famoso!

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  2. Dá arrepios! É muito apavorante.

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